quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Rumba-la Rumba-la Rumba-ba

  Militâncias e pseudo-esquerdices a parte. Não vou desfiar meu rosário politizado aqui. O fato é que Infância Clandestina é da turma dos filmes sensíveis. Daqueles que tem a lindura de mostrar a infância de dentro, sem pieguices; Vale - e toca -  para todos aqueles que, como José Pacheco, tem um amor maduro pela infância, e não pieguismo pedagógico. Vale porque mostra a boniteza e a confusão de se crescer. E mais, tudo isso no meio da confusão que, imagino eu, foi viver em meio à militantes de esquerda durante uma ditadura militar. 
  

  A história é de Juan, que volta  para a Argentina, clandestino, como Ernesto. Ele conhece Maria, esta com um nome só, Maria mesmo. E o resto perderia a graça, assim, escrito. Os olhos do diretor, Bejamin Ávila, mostram melhor: em sonhos, em quadrinhos, em olhares. Tem que ver pra poder sentir e, assim, entender melhor o menino Juan/Ernesto.
...

  Falando nele, me lembro de outras crianças que conheci certa vez, vivendo algo similar. O papo era outro, mas o olhar da mesma sensibilidade.
"Vamos jogar Allende e Fidel. Eu sou o Allende, ele é o mocinho."
"Então serei Franco. O papai do papi o conheceu!"
"Ele é mau na canção da Pilar."
"Que canção?"
"Rumba la rumba la rumba ba... Ay camelia!"
[Na mesma rola também um "Se esconda, a polícia!"]
La faute a Fidel (A Culpa é do Fidel)


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